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Panorama Semanal do Mercado de Fertilizantes

  • Foto do escritor: Ricardo Lima de Souza
    Ricardo Lima de Souza
  • 14 de jul.
  • 3 min de leitura

A segunda semana de julho foi marcada por movimentações importantes no mercado de fertilizantes, com preços em alta e produtores mais cautelosos. Fatores como o aumento do dólar, conflitos internacionais e a nova tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros ajudaram a deixar o cenário mais instável. Veja o resumo da semana:



Nitrogenados: Ureia volta a subir

A ureia, um dos fertilizantes mais usados, teve um aumento expressivo nos preços nesta semana. Chegou a custar entre US$ 490 e US$ 500 por tonelada (CFR Brasil), mas com pouca negociação nesses valores. Algumas vendas aconteceram a US$ 470, e há expectativa de que a China libere mais produto para exportação, o que pode ajudar a segurar os preços no futuro. O aumento se deu principalmente por conta de uma grande compra feita pela Índia no dia 8 de julho, que puxou os preços para cima. Para comparar, essa compra foi cerca de US$ 96 por tonelada mais cara do que a realizada na rodada anterior.


Fosfatados: MAP estável, mas supersimples cai

O MAP, fertilizante à base de fósforo, manteve o preço em US$ 755 por tonelada, com ofertas até US$ 770 (CFR Brasil). No mercado interno o valor ficou em torno de R$ 5.000 por tonelada, o maior desde agosto de 2022. Já o supersimples (SSP), que também é um fosfatado, caiu US$ 5 por tonelada em relação ao final de junho, ficando entre US$ 240 e US$ 260, a depender da concentração. Outro destaque foi o fertilizante 08-40, que teve um salto nas importações: crescimento de 522% em relação ao mesmo período de 2024, mostrando que esse tipo de produto está ganhando espaço no mercado.


Potássicos: Cloreto de potássio segue estável

O cloreto de potássio, ou KCl, usado para repor potássio no solo, completou a sétima semana com preços praticamente iguais. No mercado internacional, os valores estão entre US$ 365 e US$ 370 por tonelada.


EUA impõem tarifa de 50% sobre produtos do Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% para todos os produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto. Apesar do susto, o impacto direto sobre fertilizantes deve ser pequeno, já que os EUA representaram apenas 2,5% das importações brasileiras nos primeiros seis meses de 2025. No entanto, a medida aumentou a incerteza no mercado e pode trazer efeitos indiretos, como tensão entre governos e possíveis retaliações.


Relação de Troca

Com a queda nos preços da soja e do milho e o aumento dos fertilizantes, os produtores estão perdendo poder de compra. Ou seja, eles precisam vender mais sacas de grãos para comprar a mesma quantidade de fertilizante. No caso da ureia, por exemplo, o custo já passa de 78 sacas de milho por tonelada em algumas regiões, muito acima do que é considerado ideal. Esse desequilíbrio está fazendo com que muitos produtores adiem ou reduzam suas compras para a próxima safra.


Compras no Brasil: avanço com diferenças entre estados

As compras de fertilizantes para a próxima safra de soja (2025/26) já chegaram a 82% em todo o Brasil, mas nem todos os estados estão no mesmo ritmo. O Rio Grande do Sul está com apenas 46% das compras de fósforo e potássio feitas, o menor índice em seis anos. A situação é preocupante, já que o estado enfrenta dificuldades financeiras após seguidas perdas de safra. Enquanto isso, estados como Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul já ultrapassaram os 90% nas compras, puxados por cooperativas e antecipações por medo de desabastecimento.


De janeiro a julho de 2025, o Brasil aumentou suas importações de fertilizantes em 14% na comparação com o mesmo período de 2024. Os maiores crescimentos foram nos portos de Maceió (+73,6%), Santarém (+56,7%) e Aratu (+33,3%). O destaque vai para os fosfatados intermediários, como o 08-40, que teve forte aumento na demanda.


O mercado de fertilizantes vive um momento delicado. Com preços em alta, dólar valorizado e clima político instável, os produtores precisam redobrar a atenção. A dica é: fique de olho nas oportunidades.

 
 
 

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