Cooperativas do Agro no Brasil: União que Gera Força e Progresso
- Juliana Vicente de Souza
- 3 de jul.
- 9 min de leitura
O Dia Internacional das Cooperativas é uma data especial para celebrarmos a força da união e da colaboração, pilares que sustentam um dos setores mais importantes da economia brasileira: o agronegócio. Neste dia, destacamos como as cooperativas do agro transformam vidas, geram desenvolvimento e constroem um futuro sustentável para o campo e para o país. Afinal, “Juntos, cultivamos o futuro do agro!” — e é essa cooperação que garante o sucesso e o progresso que vemos hoje.
As cooperativas do agronegócio brasileiro são a prova viva de que o trabalho coletivo é capaz de ir muito além do que cada produtor alcançaria sozinho. No dia de hoje, celebramos internacionalmente essa história de união que fortalece a produção, promove o desenvolvimento regional e contribui para a segurança alimentar do Brasil e do mundo. As cooperativas do agro não são apenas organizações econômicas — elas são comunidades, agentes de transformação social, ambiental e econômica.
Conheça as 15 maiores cooperativas do agronegócio brasileiro:
A Coamo é um verdadeiro gigante do agronegócio brasileiro, fundada em 1970 por um grupo de 79 agricultores na cidade de Campo Mourão, Paraná. A ideia era simples, mas ambiciosa: unir forças para superar os desafios da comercialização e industrialização de seus produtos. De lá para cá, a Coamo cresceu exponencialmente, tornando-se um modelo de sucesso do cooperativismo. Sua filosofia de trabalho foca na sustentabilidade, na tecnologia e no suporte contínuo aos seus mais de 30 mil cooperados.
Com um faturamento que ultrapassa os R$ 28 bilhões (dados de 2023), a Coamo é a maior cooperativa da América Latina. Sua atuação vai desde o recebimento de grãos como soja, milho e trigo, até a industrialização, com destaque para a produção de óleos vegetais, margarinas e café. Uma curiosidade é que a cooperativa possui uma das maiores capacidades de armazenagem de grãos do Brasil, fundamental para escoar a produção de seus cooperados.
A C.Vale nasceu em 1964, em Palotina, no oeste do Paraná, também da iniciativa de produtores rurais que buscavam melhores condições de comercialização e acesso a insumos. Começou com a produção de trigo e, ao longo das décadas, diversificou suas atividades, transformando-se em uma das cooperativas mais completas e inovadoras do país. A cooperativa sempre investiu em tecnologia e em um modelo de gestão que prioriza a eficiência e a agregação de valor.
Atualmente, a C.Vale possui um faturamento superior a R$ 22 bilhões (dados de 2023) e atua em diversos segmentos do agronegócio, incluindo produção de grãos, industrialização de carnes (aves, suínos e peixes), laticínios e até mesmo ração animal. Uma curiosidade da C.Vale é sua forte presença no mercado internacional, exportando para mais de 80 países e consolidando sua marca globalmente.
Fundada em 1964 por colonos em Foz do Iguaçu e posteriormente transferida para Missal, no oeste do Paraná, a Lar Cooperativa é outro pilar do cooperativismo paranaense. A história da Lar é marcada pela resiliência e pela capacidade de seus cooperados de construir uma estrutura sólida em uma região de fronteira. Desde o início, a cooperativa se dedicou a oferecer suporte técnico e econômico aos produtores, garantindo a qualidade e o escoamento de sua produção.
Com um faturamento acima de R$ 22 bilhões (dados de 2023), a Lar se destaca pela diversificação de suas atividades, que abrangem desde a produção de grãos como soja e milho até a industrialização de aves, suínos e a produção de ovos. Uma curiosidade interessante é que a Lar é uma das maiores produtoras de frangos do Brasil, com um complexo industrial que atende tanto o mercado interno quanto o externo.
A Aurora Alimentos é um caso particular, pois não é uma cooperativa no sentido tradicional, mas sim um conglomerado de 11 cooperativas agroindustriais, fundado em 1969 em Chapecó, Santa Catarina. Essa união de forças permitiu que pequenos e médios produtores tivessem acesso a mercados maiores e pudessem competir em pé de igualdade com grandes empresas do setor. A história da Aurora é a história da força da união e da visão de futuro dos produtores catarinenses.
Considerada uma das maiores do setor de proteína animal no Brasil, a Aurora registrou um faturamento de R$ 22 bilhões em 2023. Sua atuação abrange a produção de carnes de aves, suínos, leite e derivados, além de massas e outros alimentos. Uma curiosidade da Aurora é sua forte responsabilidade social e ambiental, com projetos que visam o bem-estar animal e a sustentabilidade em todas as suas cadeias produtivas.
A Comigo (Cooperativa Mista dos Produtores de Rio Verde) foi fundada em 1974, em Rio Verde, Goiás, por um grupo de produtores rurais que buscavam organizar a produção e a comercialização de grãos em uma das regiões mais promissoras do agronegócio brasileiro. A cooperativa desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento agrícola do Centro-Oeste, oferecendo infraestrutura, insumos e assistência técnica aos seus cooperados.
Com um faturamento que se aproxima dos R$ 16 bilhões (dados de 2023), a Comigo é uma das principais cooperativas da região. Uma curiosidade é que a Comigo organiza anualmente a Tecnoshow Comigo, uma das maiores feiras de tecnologia rural do Brasil, atraindo milhares de produtores e empresas do setor.
A Cocamar foi fundada em 1963, em Maringá, Paraná, por cafeicultores que buscavam melhores condições para comercializar sua produção e adquirir insumos. Ao longo dos anos, a cooperativa se diversificou, acompanhando as transformações do agronegócio e investindo em novas culturas e indústrias. A trajetória da Cocamar reflete a capacidade de adaptação e inovação do cooperativismo paranaense.
Com um faturamento acima de R$ 11 bilhões (dados de 2023), a Cocamar é uma cooperativa com forte presença em diversas cadeias produtivas. Ela atua no recebimento e industrialização de grãos, café, suco de laranja, óleos vegetais e biodiesel. Uma curiosidade é que a Cocamar foi uma das pioneiras na produção de biodiesel no Brasil, demonstrando seu compromisso com a energia renovável e a sustentabilidade.
A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) foi fundada em 1932, na cidade de Guaxupé, Minas Gerais, sendo uma das cooperativas mais antigas e tradicionais do Brasil. Sua história está intrinsecamente ligada à cafeicultura brasileira, com a missão de apoiar os produtores de café, garantindo a qualidade do produto e o acesso a mercados. A Cooxupé é um exemplo de como o cooperativismo pode impulsionar um setor específico.
Reconhecida como a maior cooperativa de café do mundo, a Cooxupé registrou um faturamento superior a R$ 6,4 bilhões em 2023. Ela representa mais de 18 mil produtores de café, exportando para diversos países e contribuindo significativamente para a balança comercial brasileira. Uma curiosidade da Cooxupé é seu rigoroso controle de qualidade, desde o campo até a xícara, o que garante a excelência do café de seus cooperados.
A Coopercitrus foi fundada em 1976, em Bebedouro, São Paulo, por produtores de citros que buscavam otimizar a compra de insumos e a comercialização de suas frutas. Com o tempo, a cooperativa expandiu suas atividades, tornando-se uma das maiores distribuidoras de produtos e serviços para o agronegócio no estado de São Paulo e em outras regiões do Brasil. Sua história é de crescimento e diversificação.
Com um faturamento de R$ 7,67 bilhões em 2023, a Coopercitrus é uma referência no fornecimento de insumos agrícolas, máquinas e implementos, assistência técnica e soluções de agricultura de precisão. Ela atende a diversos tipos de culturas, não apenas citros. Uma curiosidade é que a Coopercitrus possui uma das maiores e mais modernas redes de lojas agropecuárias do país, oferecendo tudo o que o produtor precisa em um só lugar.
A Cooperalfa tem suas raízes em Chapecó, Santa Catarina, e foi fundada em 1967. Sua história é marcada pelo desenvolvimento da agropecuária na região, com a cooperativa desempenhando um papel crucial no suporte aos produtores de grãos e, principalmente, de proteína animal. A Cooperalfa cresceu com o agronegócio catarinense, investindo em infraestrutura e tecnologia para seus cooperados.
Com um faturamento de R$ 8,84 bilhões em 2023, a Cooperalfa se destaca na produção e industrialização de grãos, suínos, aves e leite. Além disso, a cooperativa oferece uma ampla gama de serviços e insumos agrícolas. Uma curiosidade da Cooperalfa é seu forte engajamento em programas de desenvolvimento social e ambiental nas comunidades onde atua, reforçando seu compromisso com a região.
A Integrada foi fundada em 1994, em Londrina, Paraná, resultado da fusão de cinco pequenas cooperativas que buscavam maior escala e competitividade no mercado. Essa união estratégica permitiu à Integrada consolidar sua posição e se tornar uma das grandes forças do agronegócio paranaense, oferecendo um portfólio completo de produtos e serviços aos seus cooperados.
Com um faturamento de R$ 8,41 bilhões em 2023, a Integrada atua no recebimento e comercialização de grãos, industrialização de milho (etanol e DDGS), produção de ração, fertilizantes e defensivos agrícolas. Uma curiosidade é que a Integrada tem um forte programa de agricultura de precisão, ajudando os produtores a otimizar o uso de insumos e a aumentar a produtividade de forma sustentável.
A Frísia é uma das cooperativas mais antigas do Brasil, fundada em 1925 em Carambeí, Paraná, por imigrantes holandeses. Sua história é um reflexo da dedicação e da capacidade de organização desses pioneiros, que transformaram a região em um polo de alta produtividade agrícola e leiteira. A Frísia se consolidou como uma referência em qualidade e inovação.
Em 2022, a Frísia registrou um faturamento de R$ 7,06 bilhões. Embora seja menor em volume total que algumas outras, seu impacto na produção de leite, grãos e carne suína é significativo. Uma curiosidade da Frísia é a forte tradição e cultura holandesa mantida em suas operações e na comunidade local, o que se reflete na disciplina e no foco em qualidade de seus produtos.
A Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata) foi fundada em 1963, em Cafelândia, Paraná, por produtores que buscavam melhores condições para o desenvolvimento da atividade avícola. A cooperativa cresceu exponencialmente, tornando-se uma das maiores do Brasil no segmento de proteínas animais, com um modelo de integração vertical que garante controle de toda a cadeia produtiva.
Com um faturamento de R$ 8,80 bilhões em 2023, a Copacol é líder na produção e industrialização de aves e tilápias, além de atuar no recebimento de grãos. Uma curiosidade da Copacol é que ela possui um dos maiores parques industriais de processamento de tilápias da América Latina, sendo pioneira e referência na piscicultura brasileira.
A Frimesa é um frigorífico cooperativo, fundado em 1977 em Medianeira, Paraná, como uma união de várias cooperativas agroindustriais (C.Vale, Lar, Copacol, Primato e Agrofruti). Seu objetivo era industrializar a produção de suínos e leite de seus cooperados, agregando valor e expandindo o mercado. A Frimesa representa a força da intercooperação no agronegócio.
Em 2022, a Frimesa registrou um faturamento de R$ 4,81 bilhões. Ela é uma das maiores do setor de proteína animal no Brasil, com foco em suínos e leite, produzindo uma vasta gama de produtos para o mercado interno e externo. Uma curiosidade da Frimesa é o seu novo complexo industrial em Assis Chateaubriand (PR), considerado um dos mais modernos frigoríficos de suínos do mundo.
A Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo) foi fundada em 1948, em Piracicaba, São Paulo, por produtores de cana-de-açúcar que buscavam fortalecer sua atuação e representatividade no setor sucroenergético. Com o tempo, a cooperativa expandiu sua atuação para outras culturas e insumos, tornando-se uma referência para o agronegócio paulista.
Em 2022, a Coplacana apresentou um faturamento de R$ 2,43 bilhões. Embora seu nome remeta à cana, a cooperativa hoje oferece uma ampla gama de produtos e serviços, incluindo insumos agrícolas, máquinas, sementes e soluções para diversas culturas. Uma curiosidade da Coplacana é que ela possui uma forte área de pesquisa e desenvolvimento, buscando constantemente inovações para seus cooperados.
A Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina (Camda) foi fundada em 1963 na cidade de Adamantina, São Paulo, com o objetivo de apoiar os produtores rurais da região no armazenamento e comercialização de grãos e na aquisição de insumos. A Camda tem um papel fundamental no desenvolvimento agrícola do oeste paulista, oferecendo suporte e tecnologia aos seus cooperados.
Em 2022, a Camda registrou um faturamento de R$ 2,18 bilhões. A cooperativa atua no recebimento e armazenagem de grãos como soja e milho, além de oferecer insumos agrícolas, assistência técnica e serviços de agricultura de precisão. Uma curiosidade é a sua forte presença em diversas cidades do interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul, com unidades que atendem diretamente as necessidades dos produtores locais.
Neste Dia Internacional das Cooperativas, celebrar essas gigantes do agronegócio brasileiro é reconhecer que o sucesso do campo nasce da confiança, do trabalho coletivo e da visão de um futuro construído em parceria. Cada cooperativa representa mais do que faturamento ou volume de produção — são histórias de superação, inovação e compromisso com quem planta, colhe, alimenta e transforma o Brasil.
O cooperativismo agro é a prova de que juntos vamos mais longe. Seja na lavoura, na indústria, na exportação ou na sustentabilidade, essas instituições mostram que quando o produtor não caminha sozinho, todos prosperam. Que este 3 de julho seja mais do que uma data comemorativa — que seja um lembrete poderoso de que “Juntos, cultivamos o futuro do agro!”. E que esse futuro continue sendo cooperativo, produtivo e cada vez mais humano.
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