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Panorama Semanal do Mercado de Fertilizantes

  • Foto do escritor: Ricardo Lima de Souza
    Ricardo Lima de Souza
  • 15 de set.
  • 3 min de leitura

O mercado global e brasileiro de fertilizantes segue em ritmo de ajustes, marcado por volatilidade nos preços, importações recordes e mudanças regulatórias. Acompanhe os principais destaques desta semana:



Nitrogenados: Ureia em queda, sulfato de amônio em alta

A ureia continua em movimento de retração. No Brasil, as ofertas giram em torno de US$ 430/t CFR, queda de US$ 20 em relação à semana anterior. O mercado global foi impactado pelo último tender da Índia, que comprou 2,03 milhões de toneladas — abaixo das expectativas — com preços cerca de US$ 60/t menores que o mês anterior.


Já o sulfato de amônio segue ganhando espaço: as cotações recuaram para US$ 175/t CFR, mas o Brasil já importou 6 milhões de toneladas em 2025, superando em 6% todo o volume de 2024. A expectativa é que o país encerre o ano com mais de 7 milhões de toneladas, consolidando recorde histórico.


O nitrato de amônio também apresentou baixa, sendo negociado a US$ 315-320/t CFR no Brasil.



Fosfatados: Pressão de baixa e estoques elevados

O mercado de fosfatados segue pressionado. O MAP foi negociado no Brasil entre US$ 720-730/t CFR, com alguns bids até US$ 680/t. O excesso de oferta de NP’s tem aumentado a disponibilidade de P₂O₅, impactando diretamente a competitividade do MAP.


O superfosfato simples (SSP 19%) caiu para US$ 185-190/t CFR, acumulando retração superior a 25% desde julho. Já o superfosfato triplo (TSP) se mantém estável na faixa de US$ 590-600/t CFR, e o NP 08-40 está cotado a US$ 465/t CFR.



Potássicos: Estabilidade no KCl

O mercado de cloreto de potássio (KCl) permanece estável, com preços entre US$ 350-360/t CFR Brasil. Essa estabilidade já dura quatro semanas, mas alguns rumores apontam ofertas pontuais de até US$ 345/t.



Importações recordes e gargalos logísticos

O Brasil vive um cenário de importações recordes, especialmente de fertilizantes de menor concentração como sulfato de amônio, NP e SSP. Esse movimento tem sobrecarregado os portos:

  • Paranaguá recebe 1 milhão de toneladas a mais que no ano passado e enfrenta 29 dias de fila de espera;

  • Aratu opera com 21 dias de fila, 20% acima de 2024;

  • Santarém registra crescimento de 43% no recebimento.

Esse congestionamento eleva os custos de internalização, principalmente com demurrage — taxa adicional cobrada pelo tempo de espera.



Comercialização no Brasil: soja adiantada, milho cauteloso

  • Para a soja 2025/26, o Brasil já comprou 91% dos fertilizantes necessários, abaixo da média histórica de 93%. Estados como Mato Grosso estão praticamente fechados (98%), mas no RS as compras variam entre 65% e 75%.

  • No milho safrinha 2026, as aquisições alcançam 45%, avanço em relação ao ano passado (41%), mas ainda abaixo da média dos últimos cinco anos (54%).

  • A relação de troca segue mais favorável para o sulfato de amônio, que está mais competitivo que a ureia.




O mercado segue dividido: enquanto a ureia perde competitividade, o sulfato de amônio se consolida como destaque. Fosfatados enfrentam forte pressão de baixa e o potássio mantém estabilidade. Ao mesmo tempo, o fluxo de importações recordes pressiona a logística portuária e encarece a operação dos importadores.


No curto prazo, a atenção se volta para um possível novo tender indiano, que pode redefinir o rumo do mercado global de nitrogenados.


Continue acompanhando o blog da Spazio Agro para análises atualizadas e informações estratégicas sobre o mercado de fertilizantes.

 
 
 

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