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Panorama Semanal do Mercado de Fertilizantes: Tensões Geopolíticas e Movimentações de Preço

  • Foto do escritor: Ricardo Lima de Souza
    Ricardo Lima de Souza
  • 23 de jun.
  • 2 min de leitura

O mercado global de fertilizantes vive uma semana marcada por volatilidade intensa, impulsionada por tensões geopolíticas, gargalos logísticos e mudanças no comportamento da demanda. A Spazio Agro traz uma análise com os principais fatos e implicações para o agronegócio brasileiro.


Tensões Geopolíticas Elevam o Nível de Alerta Global

A escalada do conflito no Oriente Médio, envolvendo diretamente Irã, Israel e agora também os Estados Unidos, desencadeou impactos profundos na cadeia de insumos agrícolas. O Estreito de Ormuz — por onde passa mais de 40% da ureia comercializada globalmente — tornou-se um dos principais pontos de atenção no setor de fertilizantes.


Além da ameaça explícita de fechamento dessa via marítima estratégica, os prêmios de seguro para navios que cruzam a região aumentaram significativamente, encarecendo fretes e comprometendo o abastecimento global.



Ureia: Risco Imediato na Oferta Internacional

O Irã, responsável por até 20% da ureia importada pelo Brasil, sofre atualmente com paralisações de plantas, bloqueios logísticos e suspensão de embarques — entre 180 mil e 200 mil toneladas já negociadas com o Brasil estão em risco. O Egito também enfrenta redução na produção, e a Rússia sofreu ataques que colocam mais de 10 milhões de toneladas de ureia global em xeque.



Mercado Reage: Rally nos Preços da Ureia

O impacto foi imediato:


• Ureia FOB Norte da África chegou a US$ 536/t

• Ureia no Brasil saltou até R$ 3.420/t, com aumento semanal superior a R$ 290/t em regiões como Sorriso (MT), Uberlândia (MG) e Rio Verde (GO)


Essa valorização pressiona diretamente a relação de troca: enquanto em maio o produtor trocava 60 sacas de milho por tonelada de ureia, agora são necessárias mais de 80 sacas — cenário que afeta margens e decisões da safrinha e da safra de verão.



Sulfato de Amônio Ganha Protagonismo

Com a escassez de ureia, o sulfato de amônio se fortalece como alternativa estratégica. Com origem majoritária da China, o produto já atrai grandes cooperativas no PR e MS, especialmente para o milho safrinha. As cotações subiram de US$ 200 para até US$ 240/t (CFR Brasil).



Fosfatados e Potássicos: Estabilidade Relativa

  • MAP (11-52-00): US$ 750/t CFR Brasil — alta de 2,74% na semana

  • TSP: estável em US$ 590/t, com ofertas pontuais a US$ 610/t

  • SSP: permanece em US$ 260/t, sem variações

  • KCl: US$ 370/t — sem alteração relevante, mas com resistência à valorização apesar da demanda firme


O mercado de fosfatados segue equilibrado, mas as cotações internacionais e o câmbio tendem a influenciar o comportamento de preços nas próximas semanas.



Logística Sob Pressão

Além dos desafios geopolíticos, portos brasileiros como Santos, Paranaguá, Barcarena e São Luís enfrentam sobrecarga operacional e aumento de custos de frete interno. O câmbio elevado (acima de R$ 5,45) adiciona mais pressão sobre o custo final do insumo.


O segundo semestre concentra mais de 60% das importações brasileiras de nitrogenados, e boa parte dessa programação ainda está em aberto. Em um cenário de incertezas crescentes, o momento exige decisões bem fundamentadas, análise contínua e respostas rápidas.


Quem se antecipa, evita os picos de preço e garante disponibilidade com segurança logística.


 
 
 

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