Panorama Semanal dos Fertilizantes
- Ricardo Lima de Souza

- 1 de set.
- 2 min de leitura
Nitrogenados: quedas generalizadas
A ureia registrou forte desvalorização nesta semana. Os preços CFR Brasil ficaram entre US$ 460-470/t, com relatos pontuais de negócios a US$ 455/t, o que representa queda superior a 5% em relação à semana anterior. A pressão veio do tender indiano de 2 milhões de toneladas e da expectativa de maior participação da China nas exportações, embora compradores brasileiros ainda mostrem resistência à ureia chinesa devido a preocupações de qualidade.
O sulfato de amônio manteve preços estáveis, em torno de US$ 185/t CFR, mas segue ganhando espaço pela competitividade frente à ureia. O Brasil já importou 5,5 milhões de toneladas em 2025, com projeção de superar 6,5 milhões/t até o fim do ano, um recorde histórico.
O nitrato de amônio acompanhou o movimento de queda, com preços em US$ 340/t, recuo de cerca de US$ 10/t na semana.
Fosfatados: diversificação no mercado
O MAP continua em retração, negociado a US$ 735-740/t CFR Brasil, acumulando queda de US$ 20/t em agosto. No mercado internacional, os preços seguem acima, como na Índia, onde o DAP está próximo a US$ 810/t.
O destaque é a mudança estrutural nas fontes de fósforo no Brasil: em 2023, o MAP representava 64% das importações de P₂O₅, mas em 2025 caiu para apenas 40%. Nesse período, aumentaram as participações de SSP, TSP, NPs e até do complexo mineral, que estreou com 2% do mercado.
O SSP registrou quedas expressivas: o SSP 19% está a US$ 200/t e o SSP 21% entre US$ 235-240/t. Já o TSP segue estável, em US$ 590-600/t CFR Brasil.
Outro ponto de atenção é o NP 08-40, que passou de 240 mil toneladas importadas em 2024 para 1 milhão de toneladas em 2025. O preço se mantém em US$ 465/t CFR, enquanto o NP 08-40+5S está a US$ 485/t CFR.
Potássicos: estabilidade com leve viés de baixa
O KCl manteve preços estáveis, entre US$ 355-360/t CFR Brasil, com pequenas variações regionais. Em praças como Sorriso/MT e Rio Verde/GO, os preços recuaram levemente, ficando em torno de R$ 2.500/t.
O mercado de fertilizantes no Brasil atravessa uma fase de ajuste de preços e mudança estrutural nas fontes de fornecimento. A ureia segue em queda acentuada, o sulfato de amônio consolida sua competitividade, e o MAP perde espaço para alternativas como SSP, TSP e principalmente os formulados NP. Já o potássico permanece estável, oferecendo previsibilidade ao produtor.
O cenário indica boas oportunidades de compra no curto prazo, especialmente para quem busca diversificação de fontes e aproveitamento dos preços em queda.



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